segunda-feira, 14 de junho de 2010

Minha plenitude


Sento-me para falar da vida, para falar da morte. Escrevo porque sofro, sofro porque para alguém o fio da vida acaba de se romper.  Essa humanidade que habita em mim desperta o meu sono e grita aos meus ouvidos. Já a falta de humanidade dilacera os meus sonhos e arde a minha visão; minha alma se cala e chora. Nesse momento nada sinto ou sinto tudo. A amargura de alguém sem empatia arrepia meus ossos, mas não é capaz de abalar a minha esperança - que só cresce a medida que posturas como essa me são evidenciadas. Sim, lá no fundo, eu sinto o gosto doce da vida, por mais que tentem me mostrar que ela é amarga e difícil. Eu insisto em torná-la grande, ainda que para isso minha própria vida tenha de ser a fornalha para mover esse mundo. Assim, eu me sinto plena.

Marília Funchal


Ana Jácomo: "Plenitude é quando a vida cabe no instante presente, sem aperto; e a gente desfruta o conforto de não sentir falta de nada."

Clarice Lispector: "O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."

2 comentários:

  1. Belo texto! Gosto muito dos seus pensamentos. Lembrei de um trecho do Salmo 13: "Senhor, ilumina-me os olhos, do contrário dormirei o sono da morte." É isso mesmo! Se não vier essa luz, que nos acorda pra vida, nos desperta do sono, como vc diz, então dormiremos e na inércia morreremos. Mas o "sol nascente das alturas" nos dá a vida plena, ou nas palavras Dele, "em abundância"!

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  2. Em Lucas 21:15 Ele nos exorta dizendo: "Porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resisitir nem contradizer todos os que vos opuserem." Ao agarrar essas palavras, o mundo se faz pequeno diante do Deus fiel!

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