terça-feira, 8 de junho de 2010

O eco calou-se


"Perguntei a minha vida: _ "Como achar a apetecida felicidade absoluta?"
E um eco me disse: _LUTA!

Lutei. _"Como hei de a esta pena dar a carência serena que suaviza embala e encanta?"
O eco, então, me disse: CANTA!

Cantei. _"Mas como, num verso, resumir todo o universo que em mim vibra, esplende e clama?"
Então, o eco me disse: AMA!

Amei. _"Como achar agora a alma simples que eu pus fora pelo prazer de buscá-la?"
O eco, então, me disse: CALA!

Calei-me. E ele, calou-se. Nunca a vida foi tão doce.
Tudo é mais lindo ao meu lado: mais lindo, porque calado."

Guilherme de Almeida

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