quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu sei, mas não devia



"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."


Marina Colasanti

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Não cries fortalezas


"Não cries fortalezas em torno de ti . Fortalezas que impeçam a luz de entrar e o lixo diário de sair. Caso contrário, viverás nas sombras, sufocado pelo pior perfume.

Não crie em torno de ti fortalezas que impeçam os amigos de entrar e conversar, porque tu também não poderás sair a nenhum lugar. Não cries em torno de ti fortalezas dissimuladas em riquezas, para que não adormeças sobre o ouro frio, sem um colo aquecido onde repousar a cabeça.

Não cries em torno de ti fortalezas disfarçadas em beleza, pois, essas, o tempo há de modificar.

Se ainda assim quiseres construir fortalezas não te utilizes da pedra áspera ou do aço frio. Constrói-as de certezas, fortifica a alma. Somente assim terás entre tuas visitas a paz de que tanto necessitas."


 Carlos Hilsdorf

Poeta, um veemente ser inquieto


O poeta coleciona pensamentos ocultos, inquietos, gritantes; que cantam, dançam e trocam carícias. Sentimentos trocados; imaginação aguçada; alma inquieta. O princípio da valsa dos sentidos: eles rodeiam, voam e findam-se em várias notas, em várias palavras.

Por vezes, no poeta surge a vontade de cortar as asas da sua imaginação infrene. Nessa fração de tempo, um eterno momento, dói pensar. E da dor nasce a palavra; e dela, um novo sentido; e dele, um sentimento. O sentido, a palavra, a emoção e as lembranças, misturam-se e machucam-se. Vem à memória a antiga alma. A alma simples, que não carecia de tanta explicação, tanta definição, tanta dor. A alma que marejava lágrimas de felicidade e não de pesar. E quando a dor se esvai, a inquietude permanece.

O poeta é um eterno ser inquieto. Flamejante. Turbulento. É que, às vezes, as cores se misturam; às vezes, não há cores. A luz é um coração aliviado. A sombra é uma mente prestes a assassinar o sossego. A mente briga com o coração; os dois se atacam. Incessante regresso à alma confusa e solitária. Revoltados, alguns pensamentos crescem propensos ao suicídio; mas dentro de um poeta não há morte, há reformulação. A própria morte se reforma, se recria, insiste em existir. Mas nesse coração inquieto há tanto amor, tanta vida, que a morte fica tímida.

Os poetas abarcam qualquer sentimento; vivem alguns, transformam outros.


Marília Funchal

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O tudo que agora vive em mim


O 'quase tudo' viaja aqui, dentro de mim. Onde o raio do sol é vermelho e a paixão é ouro. Onde os pássaros correm e a mente voa. Onde as flores falam e os perfumes cheiram. Onde as estrelas cantam e as árvores choram. Onde o mar é beleza e a areia, charme. Onde o quadrado rola e a torre implora. Onde o vento dança e o coração embala. Onde o sino canta e a voz cala. Onde o peixe afoga e o pensamento nada. Onde a lágrima reage e o coração ainda bate. Bate querendo sair de mim.Mas meu coração é fraco diante do fervor, diante do amor. É que o amor ataca, invade. O frágil coração não consegue escapar da bala perdida. Um tiro certo, que faz reviver o coração que antes se afogava num mar de água morna. O 'quase tudo' se fez 'tudo' e agora vive aqui, dentro de mim.

 Marília Funchal

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Reduzidos ao pó, renovados pela graça


A graça de Deus em nossas vidas é tão imensa que a própria razão não pode ver. Ela custa a entender e, ao fim, se entrega. O fôlego se perde diante da presença dAquele que ama, sustente e orna. Deus nos lapida para que deixemos de alimentar o ego, o egoísmo, a insensatez e o orgulho. A pureza que Ele brota em nossos corações é suficiente para alimentarmos a nossa alma com a verdadeira Vida e afirmarmos a nossa dependência para com Ele. 

Deus conhece todos os nossos males, seja do corpo ou da alma. No momento apropriado, Ele quebra o nosso vaso de ostentação e nos reduz ao pó, para que se faça vaso de honra. Ele sabe como nos levar de volta à humildade. Deus nos esvazia para encher-nos com sua graça, pois não podemos colocar uma nova vida num velho pensamento, numa velha atitude, nas coisas que nos consomem.("..põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam").

 É tão lindo saber que a cada dia Sua misericórdia é renovada! É tão bom saber que podemos dormir com um dia carregado de sombras, de desapontamentos, de atitudes erradas,  e que ao acordarmos somos renovados com a luz da esperança divina, trazida pelo sol. Quando Deus quer nos renovar, moldar, forjar o nosso caráter, refinar o nosso vaso, Ele nos tira do lugar de conforto, mas nos coloca onde pela fé podemos ir e permanecer. O meu coração está disposto a viver essa promessa.

Marília  Funchal

Lamentações 3: 22, 23 "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, pois as suas misericórdias não têm fim. Novas são a cada manhã; grande é a a tua fidelidade."
Mateus 9: 17,18 "Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho, pois semelhante remendo rompe o vestido e faz-se maior a rotura. Nem se põe vinho novo em odres velhos. Do contrário, rompem-se os odres, entorna-se o vinho e os odres se estragam. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam."
Salmos 40 “Esperei com paciência pelo Senhor, Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor. Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.”
Isaías 40: 15 "Certamente as nações são consideradas por ele como a gota de um balde, e como pó miúdo das balanças; ele pesa as ilhas como se fosse fino pó."
Jeremias 18 “Levanta-te , e desce à casa do oleiro e lá te farei ouvir minhas palavras. Desci à casa o oleiro, e vi que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. Mas o vaso, que ele fazia de barro, se quebrou na sua mão; pelo que o oleiro tornou a fazer dele outro vaso, conforme bem lhe pareceu. Então veio a mim a palavra do Senhor: Não posso fazer de vós como fez esse oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Como o barro na mão do oleiro, assim sois vós a minha mão, ó casa de Israel.”
Romanos 9: 20, 21 "Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replica? Dirá a coisa formada ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem poder o oleiro sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?"
Salmos 113: 5, 6, 7 "Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver os céus e a terra? Do pó ele levanta o pequeno  e o monturo ergue o necessitado; Ele os faz assentar como os príncipes, como os príncipes do seu povo."  

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

As canções de Deus



A canção de Deus invade o coração de quem a ouve, de quem a sente. A canção do amor, restaura. A canção da fé, encoraja. A canção da paz, alegra. A canção da vitória, enobrece. As notas nascem no coração, no lugar onde Deus fala, ensina e vive. As vozes calam e a alma fala; o silêncio ganha rumor. Seja na fala ou no silêncio, Deus se faz presente. Ele nos incendeia com sua maravilhas e criações a todo momento, e para vê-las nosso coração precisa estar cheio da canção da fé, que concede a fidelidade, aguça o dicernimento e faz tudo eterno. A melodia está escrita em nossos corações, só precisamos tocar a canção.

Marília Funchal

Hebreus 11 "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem."
Eclesiastes 7:5 "Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir a canção do tolo."
Rob Bell: "Quando penso em Deus, eu ouço música. É uma canção que me comove. Tem melodia e balanço. Tem um certo ritmo. As pessoas ouvem essa canção e acham cativante, e querem ouvir mais. Sempre haverá pessoas que dizem não haver canção, que negam a música, mas ela continua tocando. Jesus veio para nos mostrar como viver em sintonia com essa canção. A canção que toca o tempo todo ao nosso redor. "
Casting Crowns:"Oro para o dia em que veremos mais de Ti e menos de mim. Senhor, quero que minha vida seja a canção que Tu cantas." (♪ Until the Whole World Hears)

domingo, 15 de agosto de 2010

Onde estão os bons frutos?


Muitas são as situações geradas por infertilidade. Neste fato, infertilidade é a consequência de uma má semeadura. As idéias, por exemplo, quando não são gestadas pelo tempo necessário de serem produtivas, tornam-se vulneráveis a várias conclusões. No processo de gestação ou semeadura dessas idéias, o que torna mais importante que o período de maturação é a escolha da planta, o objetivo. 

Gerar, sem prever as consequências, se iguala a gerar sem definir as causas. A produção de uma idéia insustentável indefine os resultados, podendo se tornar um grande caos. Na sociedade contemporânea, na qual a velocidade das mudanças é a grande tônica, algumas idéias, que não passaram pelo tempo certo de análise são lançadas constantemente no mundo e acham um porto. E um mundo com idéias, projetos, governos e sentimentos inférteis, maus conceptos, gera uma sociedade que nunca está pronta para colher bons frutos.

 É certo que a filtragem de correntes de pensamento se faz necessária. É inegável, porém, que o tem de ser feito, tem de ser bem feito. Assim, o resultado deixa de ser o caos.

Marília Funchal

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Coragem, uma parte que não tinha


Caminhei, durante um tempo, buscando conhecer a Deus e suas maravilhas. Da beleza da humildade, em fazer-se simples, ao êxtase dos milagres, em demonstrar o seu imensurável poder. Busquei viver a plenitude desse sentimento, mas me senti incapaz, pois esse habitava em minha mente e não em meu coração. Com olhos frustrados e, por vezes, cegos, não conseguia ver que a parte que me assegurava, também me tirava a liberdade. 

No entanto, nessa noite fria, e predestinada a ser fria, o calor do Espírito Santo me aqueceu e derreteu o muro de ferro que me impedia de ver o imenso jardim de Deus. Ao perceber que é necessário viver os fatos para viver a vida, pude alcançar a chave da liberdade e sair da gaiola, a qual, durante esse tempo, me limitou de praticar e realmente viver o que Deus ordena e instrui. Através do muro, percebi que uma exagerada segurança me impedia também de sentir o que desejava sentir, do sentimento que precisava alimentar; de falar o que precisava ser dito; de realmente viver e abraçar os obstáculos.

 Agora, quero percorrer ajuntando as pedras do caminho, pois aprendi que nelas tenho de tropeçar, a fim de ver aonde vão me levar. Para minha alma aflita e faminta, foram meses longos, com todo o poder que o tempo tem de demorar. Foram meses de ilusão, mas de aprendizado. Agora luto para sobreviver fora da gaiola, que me prendia, mas também me protegia. Não me sinto preparada, mas sinto a coragem, uma parte que não tinha.

Marília Funchal

Josué 1:7 "Tão somente esforça-te e sê muito corajoso."
Filipenses 1: 20 "A minha ardente expectativa e esperança é em nada ser confundido, mas ter muita coragem para que agora e sempre, Cristo seja engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte."
Romanos 51: 6 "Eis que amas a verdade no íntimo, e no ocullto me fazes conhecer a sabedoria."
2 Coríntios 3: 5 "Não que sejamos capazes, por nós mesmos, de pensar alguma coisa, como se partisse de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

As mãos estendidas de Deus


É preciso alimentar o anseio de alcançar as mãos de Deus, de buscá-lo sabendo que suas mãos estão sempre estendidas. É preciso agarrar-se à Palavra de Deus, quando diz “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar." (Isaías 59:1).

 Pecamos contra o Senhor quando perdemos a percepção da Sua proximidade; quando saímos do caminho, satisfazendo a nós mesmos; quando ignoramos a sua palavra, distorcendo-a conforme as situações; quando nos esquecemos do seu olhar fixo sobre a nossa vida, enxergando sempre adiante ou fixamente no passado; quando recusamos obstinadamente permitir que Deus, com Sua mão forte, acolhedora e graciosa nos salve, nos guarde e nos sustente. 

Quando negamos nossas vontades por amor ao Senhor, possibilitamos a realização das vontades do Espírito Santo de Deus, que prova o coração daqueles que O seguem e forja o caráter daqueles que Nele confia, para que desfrutem da plenitude de Sua benção. No entanto, é preciso sair do lugar que limita a nossa visão, olhar para o céu e levantar as nossas mãos. Só fechamos os olhos e confiamos quando acreditamos nas mãos que nos segura.

Marília Funchal

A mão de Deus nos sustenta quando perdemos o rumo e precisamos de orientação. Salmos 139: 9, 10 “Se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de guiar a tua mão e a tua destra me susterá."
A Sua mão nos sustenta quando estamos prontos a desistir e não podemos continuar. Salmos 63: 8 “A minha alma apega-se a ti: a tua destra me ampara.”
A Sua mão nos molda quando nos sentimos sem propósito ou sem valor. Isaías 64: 8 “Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos.”
Kirk Franklin: "Sua mão é o lugar que o meu coração pertence. Você levou toda minha dor e apagou cada mancha." (♪ Always)
Kirk Franklin: "Não importa o que aparecer no meu caminho. Minha vida está em Suas mãos." (♪ My Life Is In Your Hands)

sábado, 10 de julho de 2010

Fé atuante


Quando vemos Deus como homem, não podemos crer que Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas, não podemos crer que Nele vivemos, nos movemos e existimos (menção a Atos 17). Quando não cremos nas obras de Deus, nos privamos do poder da fé. 

O exercício da fé e a dependência do Seu poder e libertação produzem maturidade e força em nossas vidas. É bem aventurado quem tem Deus como auxílio e cuja esperança está Nele (menção a Salmos 146). A fé e a confiança, quando depositadas no Senhor, vão de encontro às promessas e às bençãos, prometidas por Ele. 

Eleanor Doan definiu que a fé é morta para a dúvida, surda para o desencorajamento, cega para as impossibilidade e não vê nada, a não ser o sucesso em Deus.É preciso acreditar no sobrenatural, que é por onde Deus atua.

Marília Funchal 

Hebreus 11: 1, 3, 6 "Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê.Ora, sem fé é impossível agradar, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, que é galardoador dos que o buscam."

quarta-feira, 7 de julho de 2010

As lagartas e nós


Deus ensina que por muitas tribulações nos importa entrar em Seu reino (menção a Atos 14:22), além disso Ele sempre nos elevará, acima de qualquer problema. 

Relacionando a religião com a ciência, vale citar um pequeno estudo feito com cem lagartas, prestes a sair da crisálidas. Ao invés de permitir que elas se esforçassem, os observadores cortaram delicadamente o invólucro e as libertaram. Depois disso, colocaram os insetos sobre uma mesa e tentaram fazê-los voar; mas nenhum conseguiu, nenhum. 

O pequeno estudo demonstrou que o período de esforço e luta, através das paredes do casulo, é que dá às asas da borboleta forças para voar. O próprio esforço, todos os movimentos de empurrar e debater-se, do inseto para libertar-se da prisão é que torna a sua nova vida possível. Sem conflito não há força.

 É preciso acreditar que os fardos dignificam e que Deus capacita-nos antes de nos dá-los, Ele sabe até que ponto podemos suportar. Somos exaltados em Cristo Jesus a cada vitória, pois o desejo de Deus é que sejamos semelhantes ao seu Filho."

Marília Funchal

Romanos 8: 28, 29 "Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a deus, daqueles que foram chamados segundo Seu propósito. Pois o que dantes conheceu, também os predestinous para sermos conforme à imagem de seu Filho."


Salmos 119: 71 "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos."

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Invadida pelo Espírito Santo


Na madrugada que passou, ao buscar a Deus, fui invadida pelo Seu Espírito Santo. O meu coração não cessava de adorar e buscar a Sua palavra. Deus se manifestou, eu senti, minha alma foi sensível ao Seu toque. Seja bendito o nome de Deus, pois são Dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações, dá sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Revela o profundo e o escondido, estabelece a luz nas trevas. Na sua mão está o engrandecer e o dar força a tudo. Ele nos sustenta com braços de amor. É maravilhoso o modo como Deus nos toca e, consequentemente, nos muda. 

Hoje, as circunstâncias já não conseguem me deter, a força que Ele brotou dentro de mim é muito maior que tudo o que o mundo tem me mostrado. Deus me resgatou da vã maneira de ser, me trouxe o quente e o frio, dissipando a insipidez, a indiferença da minha vida. Em mim brotou a sabedoria e a prudência. Graças a esse Deus fiel e misericordioso. Bendigo o Teu santo nome, Jeová M'Kadesh, o Senhor que santifica; És todo suficiente.

 O sopro da vida me alcançou e quer se dissipar.

Marília Funchal

João 14: 26 "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas; e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito."

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Emoção, a fala do coração



As emoções são as cores da alma, são espetaculares e incríveis. Avivam o nosso interior e nos mostram a complexidade do ser humano em poder sentir. A emoção se faz como a fala do coração, quando tiramos do caminho as questões que vêm da nossa cabeça. Boas ou ruins, elas simplesmente são. Esse sentimento existe porque somos capazes de sentir, de perceber. 

A percepção da simplicidade dá força às grandes emoções, pois comovem e enchem o coração. Chega a ser antagônico citar essa forma simples de viver e perceber as coisas, e falar desse sentimento tão complexo e misterioso; mas é justamente essa incompatibilidade que torna essa aliança tão maravilhosa.

 Abrir a gaveta das boas emoções possibilita, também, abrir a porta da felicidade; das variadas formas que a felicidade se faz. 

Marília Funchal

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eu e o vento


"Eu sou essa pessoa a quem o vento chama, a que não se recusa a esse final convite, em máquinas de adeus, sem tentação de volta. Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza. Eu sou essa pessoa a quem o vento leva: já de horizontes libertada,mas sozinha. Se a Beleza sonhada é maior que a vivente, dizei-me: não quereis ou não sabeis ser sonho? Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga. Pelos mundos do vento em meus cílios guardadas vão as medidas que separam os abraços. Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina: Agora és livre, se ainda recordas."

Cecília Meireles

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Minha plenitude


Sento-me para falar da vida, para falar da morte. Escrevo porque sofro, sofro porque para alguém o fio da vida acaba de se romper.  Essa humanidade que habita em mim desperta o meu sono e grita aos meus ouvidos. Já a falta de humanidade dilacera os meus sonhos e arde a minha visão; minha alma se cala e chora. Nesse momento nada sinto ou sinto tudo. A amargura de alguém sem empatia arrepia meus ossos, mas não é capaz de abalar a minha esperança - que só cresce a medida que posturas como essa me são evidenciadas. Sim, lá no fundo, eu sinto o gosto doce da vida, por mais que tentem me mostrar que ela é amarga e difícil. Eu insisto em torná-la grande, ainda que para isso minha própria vida tenha de ser a fornalha para mover esse mundo. Assim, eu me sinto plena.

Marília Funchal


Ana Jácomo: "Plenitude é quando a vida cabe no instante presente, sem aperto; e a gente desfruta o conforto de não sentir falta de nada."

Clarice Lispector: "O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."

sábado, 12 de junho de 2010

Tente


"Tente. Tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe. Se a realidade te alimenta com lixo, a mente pode te alimentar com flores. Só tente deixar as coisas um pouco mais bonitas".

Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sejamos como os girassóis


"Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz. Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo. Girassol só pode ser feliz se para o Sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras. Eles já sabem, mas nós precisamos aprender."

Fábio de Melo

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O alvo certo


Ás vezes é necessário desapontar a expectativa da multidão, a fim de ser fiel ao objetivo perseguido. Se a energia não estiver concentrada num alvo, fica dissipada, difusa e se espalha ao ponto de não se tornar tão forte quanto deveriam ser, perde-se o rumo. Alguém que sabe exatamente o sentido da vida é alguém que conhece a existência da força e da energia em sua caminhada, colocando todo seu vigor e foco em um só alvo. Rubem Alves disse que "simplicidade é querer uma coisa só", e quando somos simples no que queremos é mais fácil construir a solução para o que necessitamos. O muito querer nos dispersa, retira o foco do objetivo principal. A paz está em saber o real sentido da vida. E nos temos a força, a força da vida!

Marília Funchal

Sören Kierkegaard: "Um santo é aquele que quer só uma coisa."

terça-feira, 8 de junho de 2010

Renascer a cada dia


Não considere a vida banal. Não adormeça no sono encantador do cotidiano para sempre. Não se habitue tanto com o mundo ao ponto de não sentir o prazer inesperado que há por trás de tudo. Não esteja entre as pessoas que consideram o mundo um simples acaso. Permita que o ocaso traga seu real sentido, não o de morte, pelo desaparecimento do sol; mas o de renascimento, pois no outro dia ele está lá novamente, com uma luz que não se apaga. É certo que pessoas iluminadas não abstem que novas emoções invadam o seu coração. É preciso renascer a cada dia.

Marília Funchal

O eco calou-se


"Perguntei a minha vida: _ "Como achar a apetecida felicidade absoluta?"
E um eco me disse: _LUTA!

Lutei. _"Como hei de a esta pena dar a carência serena que suaviza embala e encanta?"
O eco, então, me disse: CANTA!

Cantei. _"Mas como, num verso, resumir todo o universo que em mim vibra, esplende e clama?"
Então, o eco me disse: AMA!

Amei. _"Como achar agora a alma simples que eu pus fora pelo prazer de buscá-la?"
O eco, então, me disse: CALA!

Calei-me. E ele, calou-se. Nunca a vida foi tão doce.
Tudo é mais lindo ao meu lado: mais lindo, porque calado."

Guilherme de Almeida

domingo, 16 de maio de 2010

Desassossegados do mundo


"Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete constante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade. Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planejam. Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam."

Martha Medeiros

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pouco drama e muito riso


"O que importa pra mim é o que não tem importância. Não vive de passado. Não suspira por futuro. O que vinga, meu bem, é pouco drama e muito riso."

Autor desconhecido

sábado, 17 de abril de 2010

Conhecendo as borboletas


"E disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas."

Antoine de Saint_ Exupéry

terça-feira, 6 de abril de 2010

A verdadeira beleza


"Mundo velho e decadente. Ainda não aprendeu a admirar beleza, a verdadeira beleza. A beleza que põe mesa e que deita na cama. A beleza de quem come, a beleza de quem ama, a beleza do erro, do engano, da imperfeição!"

Autor desconhecido

domingo, 28 de março de 2010

Razão na loucura


"Há sempre loucura no amor, mas há sempre um pouco de razão na loucura."

Autor desconhecido

sábado, 27 de março de 2010

Onde esconde a insensatez


"Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semiventos, meias verdades e muita insensatez."

Autor desconhecido

quinta-feira, 25 de março de 2010

O fogo da alma


"Só quero torná-la (a vida) grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 24 de março de 2010

Vento certo


"Enquanto o homem não souber para que porto ir, nenhum vento será o vento certo."

Autor desconhecido

terça-feira, 23 de março de 2010

Segredo de alma


"(...)aquele segredo de alma que é a causa de eu viver. Uma ave é sempre bela , porque é uma ave e as aves são sempre belas, mas uma ave sem penas é repugnante como um sapo e um montão de penas não são belos. Desse fato tão nu em si não sei induzir nada e sinto que deve haver nele uma grande verdade. O que eu penso duma vez nunca pode ser igual ao que eu penso doutra vez e desse modo eu vivo para que os outros saibam que vivem."

Fernando Pessoa

segunda-feira, 22 de março de 2010

Benditas coisas


"Benditas coisas que eu não sei, os lugares onde não fui, os gosto que não provei, os verdes ainda não maduros, os espaços que ainda procuro."

Autor desconhecido

Urgências de Clarice


"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências., me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito. Eu só vivo nos extremos."

Clarice Lispector